MAIS DE 109 MIL POSTOS DE TRABALHO EM SEIS MESES

O Governo angolano anunciou hoje a criação, no primeiro semestre deste ano, de 109.563 postos de trabalho formais, um resultado “animador”, mas ainda insatisfatório, segundo o secretário de Estado para o Trabalho e Segurança Social.

Pedro Filipe, que falava em conferência de imprensa de apresentação dos resultados do primeiro semestre do Ministério da Administração Pública, Trabalho e segurança Social (MAPTSS), disse que foram criados empregos formais essencialmente nas áreas do comércio, seguido das actividades de serviço colectivos, com bons indicadores igualmente nas áreas da indústria e construção civil.

Segundo o governante angolano, continua a ser preocupante a taxa de desemprego, na ordem dos 29%, com tendência a diminuir, mas os números alcançados são ainda pouco satisfatórios.

“Temos estado a fazer um trabalho consistente, considerável, os números são cada vez mais satisfatórios, mas ainda estão aquém do desejável”, expressou.

O secretário de Estado para o Trabalho e Segurança Social sublinhou que o número de população activa em idade de emprego anda a volta dos 17 milhões de pessoas, “das quais quase cinco milhões ainda se considera como estando desempregados”.

“Doze milhões são os que estão empregados, mas apenas pouco mais do que três milhões são empregos formais (…), portanto, temos pouco mais de nove milhões de cidadãos que trabalham têm rendimentos, mas que ainda constituem uma preocupação, porque são empregos não formais”, acrescentou.

O governante angolano considerou que “é um desafio grande”, sendo o foco das autoridades o combate ao desemprego como a mobilização, sensibilização, captação, deste segmento na informalidade “que produz, que é importante para a economia, para o país, mas que precisa de um impulso para entrar para a formalidade”.

“Estamos a fazer o caminho, os números animam-nos, mas ainda não estamos satisfeitos, porque não podemos dormir descansados enquanto tivermos 29% da força activa de trabalho no desemprego”, afirmou.

O mês de Abril liderou o número de empregos criados com 20.997 postos de trabalho, e Fevereiro com 14.474, numa média de 17.722 empregos criados mensalmente.

Luanda, com mais de 49% dos empregos criados, seguido de Benguela, Cabinda, Huíla, Malanje e Huambo, foram as províncias de destaque relativamente à empregabilidade.

Por conta dos centros de emprego, a modernização, maior divulgação e credibilização das instituições, aumentou a procura pelos cidadãos e as ofertas pelas empresas, realçou Pedro Filipe.

“Neste semestre, tivemos um movimento interessante a nível dos centros de empregos, houve uma oferta na ordem dos 35.445 e a procura ficou cifrada em 35.190. Isso dá-nos um sinal muito claro da reorganização dos centros de emprego”, sublinhou.

Pedro Filipe realçou que está em curso a preparação do Observatório Nacional do Emprego, cujo arranque das actividades se perspectiva para o final de Julho.

De acordo com o governante angolano, estão por esta altura matriculadas no sistema nacional de formação profissional 112.610 pessoas, das quais 65.130 já terminaram a formação, 1.238 reprovadas e “uma taxa preocupante de desistência” de 3.785 formandos, continuando em formação 42.457.

No período em referência, também houve a perda de 3.233 postos de trabalho, por questões maioritariamente ligadas à letargia das empresas, sobretudo as pequenas empresas, e a conjuntura económica do país, referiu.

O director nacional do Trabalho, Blanche Chendovava, explicou que o factor sazonalidade em algumas actividades tem influenciado também na questão da perda de empregos.

“Há actividades que em determinado período do ano geram maior postos de empregos, mas estamos a nos referir à pesca e a agricultura, porém, também o sector do comércio registou alguma queda na empregabilidade (…) o que pode dever-se também a alguma sazonalidade ou alguma retracção, ainda que mínima, naqueles que são os indicares macroeconómicos”, salientou.

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